domingo, 1 de março de 2009

Antigas Civilações

Império Árabe

Introdução

O Império Árabe teve sua formação a partir da origem do islamismo, religião fundada pelo profeta Maomé. Antes disso, a Arábia era composta por povos semitas que, até o século VII, viviam em diferentes tribos. Apesar de falarem a mesma língua, estes povos possuíam diferentes estilos de vida e de crenças.
Arabia pré-islâmica
Os beduínos eram nômades e levavam uma vida difícil no deserto, utilizando como meio de sobrevivência o camelo, animal do qual retiravam seu alimento (leite e carne) e vestimentas (feitas com o pêlo). Com suas caravanas, praticavam o comércio de vários produtos pelas cidades da região. Já as tribos coraixitas, habitavam a região litorânea e viviam do comércio fixo.
Expansão do islamismo e a formação do império
Foi após a morte do profeta, em 632, que a Arábia foi unificada. A partir desta união, impulsionada pela doutrina religiosa islamita, foi iniciada a expansão do império árabe. Os árabes foram liderados por um califa, espécie de chefe político, militar e religioso.
Os seguidores do alcorão, livro sagrado, acreditavam que deveriam converter todos ao islamismo através da Guerra Santa. Firmes nesta crença, eles expandiram sua religião ao Iêmen, Pérsia, Síria, Omã, Egito e Palestina. Em 711, dominaram grande parte da península ibérica, espalhando sua cultura pela região da Espanha e Portugal. Em 732, foram vencidos pelos francos, que barraram a expansão deste povo pelo norte da Europa. Aos poucos, novas dinastias foram surgindo e o império foi perdendo grande parte de seu poder e força.
Expansão da cultura árabe
Durante o período de conquistas, ampliaram seu conhecimento através da absorção das culturas de outros povos, levando-as adiante a cada nova conquista. Foram eles que espalharam pela Europa grandes nomes como o de Aristóteles e também outros nomes da antiguidade grega. Eles fizeram ainda importantes avanços e descobertas médicas e cientificas que contribuíram com o desenvolvimento do mundo ocidental. No campo cultural, artístico e literário deixaram grandes contribuições. A cultura árabe caracterizou-se pela construção de maravilhosos palácios e mesquitas. Destacam-se, nestas construções, os arabescos para ilustração e decoração. A literatura também teve um grande valor, com obras até hoje conhecidas no Ocidente, tais como: As mil e uma noites, As minas do rei Salomão e Ali Babá e os quarenta ladrões

História dos Maias, História dos Astecas e História dos Incas
Civilização Maia

O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.
A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes.Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.

Civilização Asteca

Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco.
A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região.

Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

Civilização Inca

Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.
pintura: arte inca
O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres (governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa (artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias.
Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas.A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).
Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.
Império Bizantino

No século IV o Império Romano dava sinais claros da queda de seu poder no ocidente, principalmente em função da invasão dos bárbaros (povos germânicos) através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade oriental de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo tempo em que significava a queda do poder no ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato que favoreceu enormemente a restauração da cidade, transformando-a em uma Nova Roma.
O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano (527-565), que visava reconquistar o poder que o Império Romano havia perdido no ocidente. Com este objetivo, ele buscou uma relação pacífica com os persas, retomou o norte da África, a Itália e a Espanha. Durante seu governo, Justiniano recuperou grande parte daquele que foi o Império Romano do Ocidente.
A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do mundo.
Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones, também tinham forte poder de manipulação sobre sociedade. Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta.
A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e pelo baixo claro. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos.
Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a queda de Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes realezas feudais. Constantinopla teve sua queda definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos.
Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas que por lá passaram.
Império Bizantino

No século IV o Império Romano dava sinais claros da queda de seu poder no ocidente, principalmente em função da invasão dos bárbaros (povos germânicos) através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade oriental de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo tempo em que significava a queda do poder no ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato que favoreceu enormemente a restauração da cidade, transformando-a em uma Nova Roma.
O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano (527-565), que visava reconquistar o poder que o Império Romano havia perdido no ocidente. Com este objetivo, ele buscou uma relação pacífica com os persas, retomou o norte da África, a Itália e a Espanha. Durante seu governo, Justiniano recuperou grande parte daquele que foi o Império Romano do Ocidente.
A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do mundo.
Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones, também tinham forte poder de manipulação sobre sociedade. Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta.
A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e pelo baixo claro. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos.
Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a queda de Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes realezas feudais. Constantinopla teve sua queda definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos.
Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas que por lá passaram.
História de Roma Antiga e o Império Romano
Introdução
A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.

Origem de Roma :
explicação mitológicaOs romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.
Origens de Roma :
explicação histórica e Monarquia Romana (753 a.C a 509 a.C)De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica : gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios ( nobres proprietários de terras ) e plebeus ( comerciantes, artesãos e pequenos proprietários ). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.
República Romana (509 a.C. a 27 a.C)
Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe. A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida. Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos).
Formação e Expansão do Império Romano
Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.
Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.
Principais imperadores romanos :
•Augusto (27 a.C. - 14 d.C)
•Tibério (14-37)
•Caligula (37-41)
Nero (54-68)
•Marco Aurelio (161-180)
•Comodus (180-192).
Cultura Romana
A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.
Religião Romana
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.
Crise e decadência do Império Romano
Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.
Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.
História da Mesopotâmia
Introdução
A palavra mesopotâmia tem origem grega e significa " terra entre rios". Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história.
Vários povos antigos habitaram essa região entre os séculos V e I a.C. Entre estes povos, podemos destacar : babilônicos, assírios, sumérios, caldeus, amoritas e acádios. Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia a população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. Outro benefício oferecido pelos rios eram as cheias que fertilizavam as margens, garantindo um ótimo local para a agricultura.No geral, eram povos politeístas, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. No que se refere à política, tinham uma forma de organização baseada na centralização de poder, onde apenas uma pessoa ( imperador ou rei ) comandava tudo. A economia destes povos era baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.
Sumérios
Este povo destacou-se na construção de um complexo sistema de controle da água dos rios. Construíram canais de irrigação, barragens e diques. A armazenagem da água era de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades. Uma grande contribuição dos sumérios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por volta de 4000 a.C. Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita. Muito do que sabemos hoje sobre este período da história, devemos as placas de argila com registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos da época.Os sumérios, excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates. Estas construções eram em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos. Construíram várias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.
Babilônios
Este povo construiu suas cidades nas margens do rio Eufrates. Foram responsáveis por um dos primeiros códigos de leis que temos conhecimento. Baseando-se nas Leis de Talião ( " olho por olho, dente por dente " ), o imperador de legislador Hamurabi desenvolveu um conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código de Hamurabi, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido. Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia ( que fez para satisfazer sua esposa) e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.
Assírios
Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam. Impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitudes, tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que conquistavam.
História dos Hebreus, Persas e Fenícios
História do povo hebreu
A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 AC, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã ( atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel.
Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo hebreu. Por volta de 1700 AC, o povo hebreu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo hebreu ocorreu por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficaram peregrinando pelo deserto, até receberem um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.

Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo. Em 721 começa a diáspora judaica com a invasão babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande parte da população judaica.
No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após estes episódios, os hebreus espalham-se pelo mundo, mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo hebreu retoma o caráter de unidade após a criação do estado de Israel.

História dos Persas
Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a região da Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao comércio, fazendo desta atividade sua principal fonte econômica. A política era toda dominada e feita pelo imperador, soberano absoluto que mandava em tudo e em todos. O rei era considerado um deus, desta forma, o poder era de direito divino.Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas. Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras. Em 539 a.C, conquistou a Babilônia, levando o império de Helesponto até as fronteiras da Índia.
A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou Masdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o profeta e líder espiritual criador da religião.

História dos Fenícios
A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve muito sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais com vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon.
relevo de um barco fenício
A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cada cidade possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que através do sacrifício de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira dos deuses. Por isso, praticavam esses rituais com certa freqüência, principalmente antes de momentos importantes.
Povos Bárbaros

Introdução
Os povos bárbaros eram de origem germânica e habitavam as regiões norte e nordeste da Europa e noroeste da Ásia, na época do Império Romano. Viveram em relativa harmonia com os romanos até os séculos IV e V da nossa era. Chegaram até a realizar trocas e comércio com os romanos, através das fronteiras. Muitos germânicos eram contratados para integrarem o poderoso exército romano.
Os romanos usavam a palavra "bárbaros" para todos aqueles que habitavam fora das fronteiras do império e que não falavam a língua oficial dos romanos: o latim. A convivência pacífica entre esses povos e os romanos durou até o século IV, quando uma horda de hunos pressionou os outros povos bárbaros nas fronteiras do Império Romano. Neste século e no seguinte, o que se viu foi uma invasão, muitas vezes violenta, que acabou por derrubar o Império Romano do Ocidente. Além da chegada dos hunos, podemos citar como outros motivos que ocasionaram a invasão dos bárbaros: a busca de riquezas, de solos férteis e de climas agradáveis.
Principais Povos Bárbaros
· Francos : estabeleceram-se na região da atual França e fundaram o Reino Franco (veja exemplo de obra de arte abaixo)
· Lombardos : invadiram a região norte da Península Itálica
· Anglos e Saxões : penetraram e instalaram-se no território da atual Inglaterra
· Burgúndios : estabeleceram-se na sudoeste da França
· Visigodos : instalaram-se na região da Gália, Itália e Península Ibérica (veja exemplo abaixo da arte visigótica)
· Suevos : invadiram e habitaram a Península Ibérica
· Vândalos : estabeleceram-se no norte da África e na Península Ibérica
· Ostrogodos : invadiram a região da atual Itália
Arte Visigótica : exemplo da arquitetura bárbara na Península Ibérica

Economia, Arte, Política e Cultura dos Bárbaros Germânicos
A maioria destes povos organizavam-se em aldeias rurais, compostas por habitações rústicas feitas de barro e galhos de árvores. Praticavam o cultivo de cereais como, por exemplo, o trigo, o feijão, a cevada e a ervilha. Criavam gado para obter o couro, a carne e o leite. Dedicavam-se também às guerras como forma de saquear riquezas e alimentos. Nos momentos de batalhas importantes, escolhiam um guerreiro valente e forte e faziam dele seu líder militar.Praticavam uma religião politeísta, pois adoravam deuses representantes das forças da natureza. Odin era a principal divindade e representava a força do vento e a guerra. Para estes povos havia uma vida após a morte, onde os bravos guerreiros mortos em batalhas poderiam desfrutar de um paraíso.A mistura da cultura germânica com a romana formou grande parte da cultura medieval, pois muitos hábitos e aspectos políticos, artísticos e econômicos permaneceram durante toda a Idade Média.
Vitral : arte medieval representando o rei franco Carlos Magno
Os Hunos
Dentre os povos bárbaros, os hunos foram os mais violentos e ávidos por guerras e pilhagens. Eram nômades ( não tinham habitação fixa e viviam a percorrer campos e florestas ) e excelentes criadores de cavalos. Como não construíam casas, viviam em suas carroças e também em barracas que armavam nos caminhos que percorriam. A principal fonte de renda dos hunos era a pratica do saque aos povos dominados. Quando chegavam numa região, espalhavam o medo, pois eram extremamente violentos e cruéis com os inimigos. O principal líder deste povo foi Átila, o líder huno responsável por diversas conquistas em guerras e batalhas.

Economia Feudal


A economia feudal deve ser dividida basicamente em dois blocos: alta idade média e baixa idade média.

Durante a alta idade média, que transcorreu entre o século V ao século XI, devido, principalmente a instabilidade política, fruto das invasões bárbaras, a economia feudal caracterizou-se pela auto-suficiência. Isto significa dizer que o feudo buscava produziu tudo que era necessário para a manutenção da comunidade. A quase inexistência de comércio impedia que houvesse um abastecimento externo ao feudo.

Assim, as principais atividade econômicas estavam associadas à manutenção das pessoas. Merece destaque a produção agrícola e a criação de animais.

"As terras dos feudos podem ser divididas em três grandes áreas:

•Campos abertos: terras de uso comum. Nelas os servos podiam recolher madeira e soltar os animais. Nesses campos, que compreendiam bosques e pastos, havia uma posse coletiva da terra.
•Reserva senhorial: terras que pertenciam exclusivamente ao senhor feudal. Tudo o que fosse produzido na reserva senhorial era de sua propriedade privada.
•Manso servil ou tenência: terras utilizadas pelos servos, das quais eles retiravam seu próprio sustento e recursos para cumprir as obrigações feudais."1

Já na baixa idade média notou-se uma ruptura com as características de subsistência que apresentava o feudalismo. Com o fim das invasões e o surgimento de novas tecnicas agrícolas foi possível a comercialização do excedente de produção.
Cidade Medieval de Ávila

"O amumento do comércio promoveu o desenvolvimento das cidades medievais. Grande parte dessas antigas cidades tinha um núcleo fortificado com muralhas, chamado burgo.

Com o crescimento da população, o burgo foi alargando seus limites para além das muralhas. Os comerciantes e artesãos que viviam em torno dos burgos eram chamados de burgueses.

Aos poucos, o progresso do comércio e das cidades foi trnando a burguesia mais rica e poderosa, passando a disputar interesses com a nobreza feudal. Além disso, a expansão do comércio também influenciou na mentalidade da população camponesa, contribuindo para desorganizar o feudalismo.

Cansados da exploração feudal, muitos servos ouviam entusiasmados as notícias da agitação comercial das cidades. Grande número deles migravam para as cidades em busca de melhores condições de vida. As cidades tornaram-se locais seguros para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal. Por isso, um antigo provérbio alemão dizia: O ar da cidade torna o homem livre.

Os servos que não migraram para as cidades organizaram no campo diversas revoltas contra a opressão dos senhores. Em muitos casos, conseguiram aliviar o peso de algumas obrigações, como a talha e a corvéia. Isso foi forçando a modificação das antigas relações servis. Surgiram, por exemplo, contratos de arrendamento da terra entre camponeses e proprietários. Surgiram, também, contratos de salário apra pagamento do trabalho dos camponeses.

Todos esses fatos mostram a crise e a decadência do sistema feudal, sobre tudo, a partir do século XIV. Inicia-se a transição para a Idade Moderna, época marcada pela crescente implantação do modo de produção capitalista."1
Banqueiros realizando troca de moedas.

Lentamente foi surgimento rotasl de comércio por toda a Europa, merecendo destaque as rotas do sul que eram organizadas pelas cidades italianas de Gênova e Vezeza e as rotas do norte que se desenvolviam na região de Flandrês.

"Nos cruzamentos dessas grandes rotas comerciais com outras menores, que uniam todos os pontos da Europa, surgiram as feiras, grandes mercados abertos e periódicos, para onde se dirigiam comerciantes de várias partes do continente. Protegidos pelos senhores feudais, que lhe cobravam taxas de passagem e permanência, os comerciantes fixavam-se por dias e semanas em algumas regiões, oferecendo mercadorias, como tecidos, vinhos, especiarias e artigos de luxo orientais. As feiras mais famosas foram as da região de Champagne, na França.

Com o rápido crescimento do comércio e do artesanato nos burgos, a concorrência entre mercadores e artesãos aumentou bastante. Para regulamentar e proteger as diversas atividades, surgiram as corporações. No início eram formadas apenas por mercadores autorizados a exercer seu trabalho em cada cidade. Posteriormente, com a especialização dos diversos artesãos, apareceram as corporações de ofício, que tiveram grande importância durante a baixa Idade Média: corporações de padeiros, de tecelões, de pedreiros, de marceneiros, etc.

Cada uma dessas corporações reunia os membros de uma atividade, regulando-lhes a quantidade e a qualidade dos produtos, o regime de trabalho e o preço final. Procuravam assim eliminar a concorrência desleal, assegurar trabalho para todas as oficinas de uma mesma cidade e impedir que produtos similaes de outras regiões entrassem no mercado local.
Oficina Medieval

Dessa maneira, as corporações de ofício determinavam também as relações de trabalho. Em cada oficina havia apenas três cateriorias de atersãos:

•Mestres;
•oficiais ou companheiros;
•Aprendizes.

Os comerciantes também procuravam organizar-se em corporações para manter o mercado consumidor. Muitas vezes comerciantes de diferentes cidades se associavam, formado uma liga. A mais famosa delas foi a Liga Hanseática, que reunia 80 cidades alemãs e que controlava comercialmente o norte da Europa."2

Fontes:
1 - COTRIM, Gilberto. História e Reflexão. São Paulo, Saraiva.1996
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2 - FILHO, Milton B. B. História Antiga e Medieval. São Paulo, Scipione.1993
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Sociedade Feudal

A sociedade medieval era dividida em estamentos. Os três principais grupos eram:


•Nobreza.
•Clero.
•Servos.

Haviam outros grupos sociais, como os poucos comerciantes existentes na alta idade média. Foi somente na baixa idade média que surgiu a burguesia que rompéu com a característica da da sociedade apresentada acima.
A sociedade medieval apresentava apresentava ausência de ascensão social e quase inexistia mobilidade social. Como o clero e a nobreza comandavam a sociedade, era comum o clero criar justificativas religiosas para que os servos não contestassem a sociedade. (veja quadro ao lado).
Na sociedade feudal cada grupo social detinha uma função. O clero cumpria a função da salvação da alma de todos, a nobreza deveria proteger a todos e os servos deveriam trabalhar para sustentar a todos. Assim se justificava a exploração do servo e a necessidade dele seguir os designos da Igreja.
Era comum o servo, para obter as terras dentro do feudo do senhor feudal ou nobre, jurar fidelidade a esse senhor. Essa cerimônia era baseada na relação de suserania e vassalagem realizada entre suserano e vassalo. Ao jurar fidelidade um ao outro, o senhor se comprometia a proteger o servo. Porém, o servo deveria dar em troca um conjunto de obrigações que passaria para a História como obrigações servis: Analisemos cada uma dessas obrigações:


•Corveia: O servo deveria prestar trabalho gratuito ao senhor feudal.
•Banalidade: Pagamento de uma taxa por utilizar os instrumentos do senhor feudal.
•Capitação: Imposto anual pago por cada indivíduo ao senhor feudal.
•Talha: Parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre.
•Heriot: Taxa paga pelo servo ao assumir o feudo no lugar de seu pai que veio a morrer.

Haviam outras taxas que variavam de região para região. Assim, o servo vivia uma grande exploração que permitia o sustento do restante da populacão.

Igreja Medieval


Igreja Católica: o poder na Idade Média


IntroduçãoNo ano de 391, a religião cristã foi transformada em religião oficial do Império Romano. A partir deste momento, a Igreja Católica começou a se organizar e ganhar força no continente europeu. Nem mesmo a invasão dos povos bárbaros (germânicos) no século V atrapalhou o crescimento do catolicismo.


A influência da Igreja Durante a Idade Média


Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve grande poder. Possuía muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas dos reinos (poder político), interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia padrões de comportamento moral para a sociedade (poder social).


Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições contrárias aos seus dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e mandou para a fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja.


Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram extremamente importantes para a preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se à copiar e guardar os conhecimentos das civilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos. Graças aos monges, esta cultura se preservou, sendo retomada na época do Renascimento Cultural.


Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) preocupava-se com as questões políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para dedicarem-se aos pobres.


A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As pinturas, esculturas e livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos. Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era uma outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e interessante: a música.

Castelos Medievais

Castelos Medievais: residências fortificadas da Idade Média

Durante a Idade Média (séculos V ao XV) a Europa foi palco da construção de milhares de castelos. Nesta época da história, as guerras eram muito comuns. Logo, os senhores feudais, reis e outros nobres preocupavam-se com a proteção de sua residência, bens e familiares.

Durante os primeiros séculos da Idade Média (até o século XI, aproximadamente), os castelos eram erguidos de madeira retirada das florestas da região. Seu interior era rústico e não possuía luxo e conforto.

A partir do século XI, a arquitetura de construção de castelos mudou completamente. Eles passaram a ser construído de blocos de pedra. Tornaram-se, portanto, muito mais resistentes. Estes castelos medievais eram erguidos em regiões altas, pois assim ficava mais fácil visualizar a chegada dos inimigos. Um castelo demorava, em média, de dois a sete anos para ser construído.

Em volta do castelo medieval, geralmente, era aberto um fosso preenchido com água. Esta estratégia era importante para dificultar a penetração dos inimigos durante uma batalha. Os castelos eram cercados por muralhas e possuíam torres, onde ficavam posicionados arqueiros e outros tipos de guerreiros. O calabouço era outra área importante, pois nele os reis e senhores feudais mantinham presos os bandidos, marginais ou inimigos capturados.

Como o castelo medieval era construído com a intenção principal de proteção durante uma guerra, outros elementos eram pensados e elaborados para estes momentos. Muitos possuíam passagens subterrâneas para que, num momento de invasão, seus moradores pudessem fugir.

O castelo era o refúgio dos habitantes do feudo, inclusive os camponeses (servos). No momento da invasão inimiga, todos corriam para buscar abrigo dentro das muralhas do castelo. A ponte levadiça, feita de madeira maciça e ferro, era o único acesso ao castelo e, após todos entrarem, era erguida para impedir a penetração inimiga.

Por dentro, o castelo medieval era frio e rústico, ao contrário do luxo mostrado em muitos filmes sobre a Idade Média. Os cômodos eram enormes e em grande quantidade. O esgoto produzido no castelo era, geralmente, jogado no fosso.

Grande parte destes castelos medievais ainda existem na Europa, porém foram transformados em hotéis, museus ou pontos turísticos. Em cidades do interior da França, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e Inglaterra podemos encontrar vários exemplos destes interessantes tipos de construção antiga.
Guerras Medievais

Introdução

Durante a Idade Média (século V ao XV), a Europa foi palco de inúmeras guerras sangrentas que levaram a morte para milhares de pessoas.

Causas e importância

Estas guerras aconteciam por diversos motivos: disputas territoriais, saques, questões políticas, rivalidades familiares e aumento de poder.As guerras eram tão importantes na sociedade medieval que a nobreza militarizada, principalmente a cavalaria, tinha uma posição de destaque nos feudos e reinos. Os guerreiros possuíam grande importância e prestígio social e econômico. Preparavam-se desde a infância para serem guerreiros eficientes, leais e corajosos.Estas guerras aconteciam entre feudos (unidade territorial típica da Idade Média), reinos e até mesmo religiões. Neste último caso, podemos citar as Cruzadas, que foram batalhas entre cristãos e muçulmanos.

Armamentos

As guerras envolviam a utilização de vários armamentos. Entre os pessoais, podemos citar espada, elmo, armadura e escudo (principais armamentos de um guerreiro). O cavalo era o meio de transporte usado para o deslocamento durante as batalhas.Além dos instrumentos pessoais, podemos citar a catapulta (mecanismo usado para arremessar pedras ou objetos incandescentes). Esta arma era muito usada na invasão dos castelos.

Castelos Medievais

Os castelos medievais (residência dos nobres) eram construídos para servirem de fortalezas nas batalhas. Possuíam torres de proteção, armadilhas e saídas secretas, que garantiam a fuga do nobre e sua família em momentos de invasão do castelo.

Curiosidade:
- A Guerra dos Cem Anos foi a mais longa de toda a Idade Média. Ocorreu entre os anos de 1337 e 1453, envolvendo os reinos da França e Inglaterra.




Guerra dos Cem Anos

Introdução

A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.

Desenvolvimento da Guerra

O conflito militar foi causado, principalmente, pela rivalidade entre Filipe de Valois, proclamado rei da França depois da morte de Carlos IV (último da dinastia dos capetos) e Eduardo III da Inglaterra. Este último pretendia ter direito à coroa francesa por parte de sua mãe. Disputas territoriais e comerciais também influenciaram o conflito.

Os ingleses foram vitoriosos na Batalha de Crécy (1346) e em Poitiers (1356). No reinado de Carlos V, graças a Duguesxlin, a fortuna das armas favoreceu a França. Porém, no reinado de Carlos VI, a batalha de Azincourt (1415) deu uma nova vitória aos ingleses.

Quando o rei Carlos VII subiu ao trono, os ingleses ocupavam quase todo território francês. Surgiu, neste momento, a heroína Joana D’arc, que comandou o exército francês para várias vitórias, sendo a principal o cerco de Orleans. Porém, Joana D’arc foi capturada e queimada em 1431. Mas o impulso dado por ela fez mudar o caminho da guerra, dando vantagem para o exército francês.

Em 1450, os ingleses foram derrotados em Formigny e, três anos depois, em Castilion. São expulsos da França, exceto em Calais, que só ocorre em 1558.

Peste negra

Peste negra é a designação por que ficou conhecida, durante a Idade Média, a peste bubónica (português europeu) ou bubônica (português brasileiro), pandemia que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou entre 25 e 75 milhões de pessoas, sendo que alguns pesquisadores acreditam que o número mais próximo da realidade é de 75 milhões, um terço da população da época.
A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas dos ratos-pretos (Rattus rattus) ou outros roedores. Os surtos de peste bubónica têm origem em determinados focos geográficos onde a bactéria permanece de forma endémica, como no sopé dos Himalaias e na região dos Grandes Lagos Africanos. As restantes populações de roedores infectados hoje existentes terão sido apenas contaminadas em períodos históricos.
As populações de alguns roedores das pradarias vivem em altíssimos números em enormes conjuntos de galerias subterrâneas que comunicam umas com as outras. O número de indivíduos nestas comunidades permite à peste estabelecer-se porque, com o constante nascimento de crias, há sempre suficiente número de novos hóspedes de forma contínua para a sua manutenção endémica. Naturalmente que as populações de ratos e de humanos nas (pequenas) cidades medievais nunca tiveram a massa crítica contínua de indivíduos susceptíveis para se manterem. Nessas comunidades de homens, a peste infecta todos os indivíduos susceptíveis até só restarem os mortos e os imunes. Só após uma nova geração não imune surgir e se tornar a maioria, pode a peste regressar. Nas comunidades humanas, portanto, a peste ataca em epidemias.
Cruzada

Chama-se cruzada a qualquer um dos movimentos militares, de caráter parcialmente cristão, que partiram da Europa Ocidental e cujo objetivo era colocar a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a soberania dos cristãos. Estes movimentos estenderam-se entre os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob controle dos turcos muçulmanos.
Os ricos e poderosos cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém (Hospitalários) e dos Cavaleiros Templários foram criados pelas Cruzadas. O termo é também usado, por extensão, para descrever, de forma acrítica, qualquer guerra religiosa ou mesmo um movimento político ou moral.
Nove cruzadas

Tradicionalmente se fala em nove Cruzadas, mas, na realidade, elas foram um movimento quase permanente.
Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)


A Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096) foi um acontecimento extra-oficial que consistiu em um movimento popular que bem caracteriza o misticismo da época e começou antes da Primeira Cruzada oficial. O monge Pedro, o Eremita, graças a suas pregações comoventes, conseguiu reunir uma multidão. Entre os guerreiros, havia uma multidão de mulheres, velhos e crianças.
Auxiliado por um cavaleiro, Guautério Sem-Haveres, os peregrinos atravessaram a Alemanha, Hungria e Bulgária, causando desordens e desacatos, sendo em parte aniquilados pelos búlgaros. Ainda no caminho, seus seguidores tinham criado tumultos, massacrando comunidades judaicas em cidades como Trier e Colônia, na atual Alemanha.
Chegaram em péssimas condições a Constantinopla. Mal equipada e mal alimentada, essa Cruzada massacrou judeus pelo caminho, pilhou e destruiu. Ainda assim, o imperador bizantino Aleixo I Comneno recebeu os seguidores do eremita em Constantinopla. Prudentemente, Aleixo aconselhou o grupo a aguardar a chegada de tropas mais bem equipadas. Mas a turba começou a saquear a cidade.
O imperador bizantino, desejando afastar esse "bando turbulento" de sua capital, obrigou-os a se alojar fora de Constantinopla, perto da fronteira muçulmana, e procurou incentivá-los a atacar os infiéis. Foi um desastre, pois a Cruzada dos Mendigos chegou muito enfraquecida à Ásia Menor, onde foi arrasada pelos turcos. Somente um reduzido grupo de integrantes conseguiu juntar-se à cruzada dos cavaleiros.

Durante um mês, mais ou menos, tudo o que os cavaleiros turcos fizeram foi observar a movimentação dos invasores, que se ocupavam apenas de saquear as regiões próximas do acampamento onde foram alojados. Até que, em agosto de 1096, o bando inquieto cansou-se de esperar e partiu para a ofensiva.
Quando parte dos europeus resolveu partir em direção às muralhas de Nicéia, cidade dominada pelos muçulmanos, uma primeira patrulha de soldados do sultão turco Kilij Arslan foi enviada, sem sucesso, para barrá-los. Animado pela primeira vitória, o exército do Eremita continuou o ataque a Nicéia, tomou uma fortaleza da região e comemorou se embriagando, sem saber que estava caindo numa emboscada. O sultão mandou seus cavaleiros cercarem a fortaleza e cortarem os canais que levavam água aos invasores. Foi só esperar que a sede se encarregasse de aniquilá-los e derrotá-los, o que levou cerca de uma semana.
Quanto ao restante dos cruzados maltrapilhos, foi ainda mais fácil exterminá-los. Tão logo os francos tentaram uma ofensiva, marchando lentamente e levantando uma nuvem de poeira, foram recebidos por um ataque de flechas. A maioria morreu ali mesmo, já que não dispunha de nenhuma proteção. Os que sobreviveram fugiram em pânico.
O sultão, que havia ouvido histórias temíveis sobre os francos, respirou aliviado. Mal imaginava ele que aquela era apenas a primeira invasão e que cavaleiros bem mais preparados ainda estavam por vir.

Primeira Cruzada (1096-1099)

Foi chamada também de Cruzada dos Nobres ou dos Cavaleiros. Ao pregar e prometer a salvação a todos os que morressem em combate contra os pagãos (leia-se, muçulmanos) em 1095, o Papa Urbano II estava a criar um novo ciclo. É certo que a ideia não era totalmente nova: parece que já no século IX se declarara que os guerreiros mortos em combate contra os muçulmanos na Sicília mereciam a salvação. Mas desta vez a salvação não era prometida numa situação excepcional.
As várias versões que nos restam do seu apelo mostram que Urbano relatou também os infortúnios dos cristãos do oriente, e sublinhou que se até então os cavaleiros do ocidente habitualmente combatiam entre si perturbando a paz, poderiam agora lutar contra os verdadeiros inimigos da fé, colocando-se ao serviço de uma boa causa. O apelo foi feito a todos sem distinção, pobres ou ricos. E foi, de facto, o que sucedeu. Mas os ricos e pobres rapidamente formaram cruzadas separadas.
Por volta de 1097, um exército de 30 mil homens, dentre eles muitos peregrinos, cruzou a Ásia Menor, partindo de Constantinopla. A cruzada dos cavaleiros, possuindo recursos, embora progredindo devagar, fizera um acordo com o imperador de Bizâncio de lhe devolver os territórios conquistados aos turcos. Liderada por grandes senhores, levava quer proprietários, quer filhos segundos da nobreza. Esse acordo seria desrespeitado, à medida que o mal-entendido entre as duas partes cresceria.

Os bizantinos pretendiam um grupo de mercenários solidamente enquadrados ao qual se pagasse o soldo e que obedecesse às ordens - não aquelas turbas indisciplinadas; os cruzados não estavam dispostos, depois de tantos sacrifícios a entregar o que obtinham. Apesar da animosidade entre os líderes e das promessas quebradas entre os cruzados e os bizantinos que os ajudavam, a Cruzada prosseguiu. Os turcos estavam simplesmente desorganizados. A cavalaria pesada e a infantaria francas não tinham experiência em lutar contra a cavalaria leve e arqueiros turcos, e vice-versa. A resistência e a força dos cavaleiros venceram a campanha em uma série de vitórias, a maioria muito difíceis.
Em 19 de Junho de 1097, os cruzados cercaram e tomaram Nicéia, devolvendo-a aos bizantinos, e logo tomaram o rumo de Antioquia. Em julho, foram atacados pelos turcos em Dorileia, mas conseguiram vencê-los e, após penosa marcha, chegaram aos arredores de Antioquia em 20 de outubro. A cidade de Antioquia somente cairia, após longo cerco, a 3 de Junho de 1098, com a ajuda de um sentinela armênio que facilitou a entrada dos cruzados nas muralhas da cidade. Seguiu-se um saque terrível da população muçulmana da cidade, que ficou na posse de Boemundo de Taranto, o chefe dos normandos.
Godofredo de Bulhão, após longo cerco, conquistou Jerusalém atacando uma guarnição fraca em 1099. A repressão foi violenta. Segundo o arcebispo Guilherme de Tiro, a cidade oferecia tal espetáculo, tal carnificina de inimigos, tal derramamento de sangue que os próprios vencedores ficaram impressionados de horror e descontentamento. Godofredo de Bulhão ficou só com o título de protector e, à sua morte, Balduíno, seu irmão, proclamou-se rei. Os cristãos humilharam-se após as duas conquistas massacrando muito dos residentes, indiferentemente da idade, fé ou sexo. Após a vitória, era preciso organizar a conquista. Surgiram quatro estados cruzados, conhecidos coletivamente como Outremer ("Ultramar"), do norte para o sul: o Condado de Edessa, o Principado de Antióquia, o Condado de Trípoli, e o Reino de Jerusalém.
O sucesso da primeira cruzada pelas indisciplinadas tropas foi até certo ponto uma surpresa e ocorreu porque os cruzados chegaram num momento de desordem naquela periferia do mundo islâmico. Uma vez conquistado o território ao inimigo, os cruzados, cujos desentendimentos com os bizantinos começaram ainda durante a campanha, não mais quiseram devolver as terras aos seus irmãos de fé cristã do Império Bizantino.

Muitos dos combatentes retiraram-se uma vez conquistada Jerusalém (incluindo os grandes senhores), mas um núcleo ficou (cálculos chegam a falar de algumas centenas de cavaleiros e um milhar de homens a pé). As cidades principais (como Antioquia, Edessa) tornarem-se capitais de principados e reinos (embora Jerusalém fosse de certo modo o centro político e religioso), com outras marcas a protegê-los.
O sistema feudal foi transplantado para oriente com algumas alterações: muitas vezes, em vez de receber feudos, os cavaleiros eram pagos com direitos ou rendas (modalidade que existia também na Europa). As cidades mercantis italianas tornaram-se fundamentais para a sobrevivência desses estados: permitiram a chegada de reforços e interceptar os movimentos das esquadras muçulmanas, tornando o Mediterrâneo novamente um mar navegável pelos ocidentais. Mas rapidamente os muçulmanos iriam reagir.
De qualquer modo, nos anos seguintes, com a euforia da vitória, mais voluntários seguiram para o Oriente. Os contingentes seguiam por nacionalidades, continuando pouco organizados. As motivações eram variáveis: se alguns pretendiam obter novos feudos, ou redimir-se das suas faltas, havia também aqueles que "apenas" pretendiam ganhar batalhas, cobrir-se de glória, bênçãos espirituais, e voltar para a sua terra.
Os governantes cruzados encontravam-se em grande desvantagem numérica em relação às populações muçulmanas que eles tentavam controlar. Assim, construíram castelos e contrataram tropas mercenárias para mantê-los sob controle. A cultura e a religião dos francos era muito estranha para cativar os residentes da região. Dos seguros castelos, os cruzados interceptavam cavaleiros árabes.
Por aproximadamente um século, os dois lados mantiveram um clássico conflito de guerrilha. Os cavaleiros francos eram muito fortes, mas lentos. Os árabes não aguentavam um ataque da cavalaria pesada, mas podiam cavalgar em círculo em volta dela, na esperança de incapacitar as unidades dos francos e fazer emboscadas no deserto. Os reinos cruzados localizavam-se, em sua maioria, no litoral, pelo qual eles podiam receber suprimentos e reforços, mas as constantes incursões e o infeliz populacho mostravam que eles não eram um sucesso econômico.

Ordens de monges cavaleiros foram formadas para lutar pelas terras sagradas. Os cavaleiros templários e hospitalários eram, em sua maioria, francos. Os cavaleiros teutônicos (Teutonicorum) eram germânicos. Esses eram os mais bravios e determinados dos cruzados, mas nunca eram suficientes para fazer a região ficar segura. Os reinos cruzados sobreviveram por um tempo, em parte porque aprenderam a negociar, conciliar e jogar os diferentes grupos árabes uns contra os outros.
Por volta do ano 1100, uma nova expedição partiu. Chegados a Constantinopla, levantaram-se discussões com os bizantinos que estavam fartos de ter aqueles vizinhos incómodos que pilhavam a terra, portavam-se de uma forma muito mais brutal em guerra, e ficavam com o que conquistavam (para além das diferenças culturais e religiosas).
Entretanto, os turcos estavam a unificar-se para tentar fazer face a estas ameaça. Evitando combates directos até ao último momento contra a cavalaria pesada cristã, usaram tácticas de emboscadas. Em Mersivan, esmagaram um dos exércitos cristãos (o dos lombardos e francos) que fora abandonado pelos seus líderes e cavaleiros (que fugiram). Estes foram severamente criticados pela fuga, assim como Alexio, imperador de Bizâncio, por não ter dado apoio.
Outro grupo, o exército de Nivernais, também foi destruído de forma similar (com fuga de líderes incluída). A expedição da Aquitânia portou-se melhor: ao menos os cavaleiros ficaram a combater e morrer juntamente com o povo. Alguns poucos conseguiram fugiram para Constantinopla. Três exércitos aniquilados em dois meses, enquanto que o pequeno exército de Jerusalém (com o membros da Primeira Cruzada) derrotava um exército egípcio.
Por alguns anos, não foram pregadas mais cruzadas, e os territórios cristãos no oriente tiveram de se aguentar por conta própria. Assumiram como padroeiro São Jorge da Capadócia, exemplo de cavaleiro cristão, e seu brasão de armas, a cruz vermelha num escudo branco.
O condado de Edessa caiu em 1144, sob Zangi, governante de Alepo e Mosul. Cairam mais tarde Antioquia em 1268, Trípoli em 1289 e o último posto dos Cruzados, Acre, durou até 1291.
Segunda Cruzada (1147-1149)

Em 1145, foi pregada uma nova cruzada por Eugénio III e São Bernardo. A perda do Condado de Edessa provocou a organização dessa cruzada. Desta vez foram reis que responderam ao apelo: Luís VII da França e Conrado III do Sacro Império, para nomear os mais importantes. Curiosamente, os contingentes flamengos e ingleses acabaram por conquistar Lisboa e voltar para as suas terras na sua maioria, uma vez que eram concedidas indulgências para quem combatia na Península Ibérica.
O exército de Conrado acabou esmagado pelos turcos num momento de repouso. O que sobrou juntou-se aos franceses, com o apoio dos templários. Com algumas dificuldades de transporte, mais uma vez uma parte do exército teve de ser abandonada para trás (sobretudo os plebeus a pé), e estes tiveram de abrir caminho contra os turcos.
Luís VII e Conrado em Jerusalém, depois de algumas discussões, acabaram por ser convencidos a atacar Damasco, mas ao fim de poucos dias tiveram que se retirar perante a ameaça de uma parte dos nobres fazê-lo por conta própria. O resultado desta Cruzada foi miserável (se excetuarmos a conquista de Lisboa), tendo sucesso apenas em azedar as relações entre os reinos cruzados, os bizantinos e os governantes muçulmanos amigáveis. Nenhuma nova cruzada foi lançada até a um novo acontecimento: a conquista de Jerusalém pelos muçulmanos em 1187. Os cristãos enfrentavam um adversário decidido, Saladino

Terceira Cruzada (1189-1192)

A Terceira Cruzada, pregada pelo Papa Gregório VIII após a tomada de Jerusalém pelo sultão Saladino em 1187, foi denominada Cruzada dos Reis. É assim denominada pela participação dos três principais soberanos europeus da época: Filipe Augusto (França), Frederico Barbaruiva (Sacro Império Romano-Germânico) e Ricardo Coração de Leão (Inglaterra).
O imperador Frederico Barbaruiva, atendendo os apelos do papa, partiu com um contingente alemão de Ratisbona e tomou o itinerário danubiano atravessando com sucesso a Ásia Menor, porém afogou-se na Cilícia ao atravessar o Sélef (hoje Goksu). A sua morte representou o fim prático desse núcleo. Os reis de França e Inglaterra passaram o tempo todo a querelar-se, até que aquele se retirou.
Se Ricardo Coração de Leão conseguiu alguns actos notáveis (a conquista de Chipre, Acre, Jaffa e uma série de vitórias contra efectivos superiores) também não teve pejo em massacrar prisioneiros (incluindo mulheres e crianças). Com Saladino, teve um adversário à altura, combatendo e travando um subtil táctico. Em 1192, acabou-se por chegar a um acordo: os cristãos mantinham o que tinham conquistado e obtinham o direito de peregrinação, desde que desarmados, a Jerusalém (que ficava em mãos muçulmanas).
Se esse objectivo principal falhara, alguns resultados tinham sido obtidos: Saladino vira a sua carreira de vitórias iniciais entrar num certo impasse e o território de Outremer (o nome que era dado aos reinos cruzados no oriente) sobrevivera.

Quarta Cruzada (1202-1204)

A Quarta Cruzada foi denominada também de Cruzada Comercial, por ter sido desviada de seu intuito original pelo doge (duque) Dândolo, de Veneza, que levou os cristãos a saquear Zara e Constantinopla, onde foi fundado o Reino Latino de Constantinopla, fazendo com que o abismo entre as igrejas Ocidental e Oriental se estabelecesse definitivamente.
O Papa Inocêncio III apelou a uma cruzada em 1198 para conquistar Jerusalém (o objectivo falhado da Terceira Cruzada), mas os preparativos começariam dois anos depois. Vários grandes senhores trouxeram exércitos e estipularam um acordo com Veneza que transportaria essas tropas na sua frota em troca de uma quantia. O problema é que muitos dos senhores acabaram por não ir, e os que foram não tinham condições para pagar o valor estipulado (que era fixo).

Foi criado um novo acordo então: os cruzados conquistariam Zara, uma cidade veneziana na Dalmácia que se revoltara, em troca de um adiamento do pagamento. Entretanto chegaram notícias de Bizâncio. O Imperador Isaac II fora derrubado pelo seu irmão Aleixo III e fora cegado. O filho de Isaac II, de nome Aleixo IV, conseguira fugir e apelara aos cruzados para o ajudarem: em troca de o colocarem no trono prometia-lhes dinheiro e os recursos do império para a conquista de Jerusalém. Ainda hoje os historiadores discutem se as coisas se passaram assim ou se foi uma justificação para o que se iria suceder.
Os cruzados aceitaram imediatamente uma vez que isso parecia resolver os seus problemas. Partiram em 1202. O Papa considerou que se atacassem território cristão (nomeadamente Zara) ficariam excomungados. A cidade foi conquistada e depois de deixarem passar o Inverno atacaram Constantinopla. A cidade resistiu, mas o imperador Aleixo III acabou por fugir com o tesouro da cidade.
Com novos impostos a ser lançados para pagar as promessas feitas aos cruzados, rapidamente a população ficou à beira da revolta. Aleixo V, um parente afastado fez um golpe matando Aleixo IV e colocando novamente na prisão Isaac II que fora libertado pelos cruzados e governara com o filho.

O Império Bizantino depois da Quarta Cruzada. O mapa mostra o Império Latino, O Império de Nicéia, Trebizond e Épiros. As fronteiras são muito incertas.
Os cruzados decidiram então conquistar em proveito próprio o império, nomear um imperador latino e dividir os territórios. Aleixo fugiu com algum tesouro e a cidade foi saqueada pelos latinos durante três dias. Estátuas, mosaicos, relíquias, riquezas acumuladas durante quase um milénio foram pilhadas ou destruídas durante os incêndios. A cidade sofreu um golpe tão terrível que nunca mais conseguiu se recompor, mesmo depois de voltar a ser grega em 1261. E assim terminou a Quarta Cruzada, pois ninguém pensou mais em dirigir-se para Jerusalém: a maioria regressou com o que roubara, alguns ficaram com feudos no oriente

Cruzada Albigense

A Igreja Católica, sob o comando do Papa Inocêncio III, sentiu-se ameaçada pelo grande número de pessoas que viam no catarismo um retorno ao cristianismo primitivo.
Os Cátaros afirmavam que a Igreja se corrompera desde os tempos de Constantino I e rejeitavam todos os sacramentos. O Catarismo considerava o poder papal uma espécie de paganismo sob uma máscara de cristianismo e, por isso, defendiam a volta à igreja simples do Novo Testamento.
Aparentemente eles consideravam o mundo material intrinsicamente mau, mas é importante destacar que grande parte das informações sobre a fé albigense chegaram até nós de fontes parciais, como a Inquisição, por exemplo. Por isso é difícil saber detalhes daquilo que eles realmente queriam. Contudo, certamente buscavam viver como viviam os cristãos no tempo em que o Novo Testamento foi escrito. O exército da Cruzada Albigense (muitos deles vagabundos, aventureiros e mercenários) criado pelo Papa Inocêncio III, foi incentivado pela Igreja a ver os cátaros como discípulos de Satanás que incentivavam o suicídio e proibiam o casamento e a procriação. Mas todos concordam que os Cátaros jamais juravam e condenavam a usura, conforme ensino de Jesus e dos apóstolos.
Em 1208, foi estipulada uma lei imposta também pela Inquisição que declarava o catarismo como herege e em 1209 foi feita a Cruzada Albiginese, um exército sedento de sangue mandado para aniquilar os Cátaros em Carcassonne (capital cátara) e em outros locais. Muitos albigenses foram lançados vivos nas fogueiras ordenadas pelo Papa Inocêncio III. Guardadas as devidas proporções, muitos comparam o holocausto albigense ao holocausto judeu praticado pela intolerância nazi na segunda guerra mundial.
Entretanto, há correntes de estudiosos que acreditam que o principal motivo para a reação foram as ondas de violência contra cristãos leais a Roma (culminando com o assassinato de um representante de Inocêncio III, que estava na região, no início do século XIII). A reforma da Igreja em si não era posta em questão, tratava-se de outra filosofia. Afinal, um retorno ao cristianismo primitivo também era estimulado concomitantemente por Francisco de Assis, na Itália, e não houve repressão da cúpula da Igreja ao movimento dele. A reforma e o despojamento na Igreja, portanto, não seriam o problema, e sim uma outra religião que surgia, com um grau exarcerbado de radicalismo, o que imediatamente teria causado espanto e provocado a reação do Papa e da maioria dos católicos franceses, alemães e ingleses